Tradicionalmente, a técnica diesel - especialmente crítica, do ponto de vista ambiental - só tem papel secundário nos EUA. Tal situação deverá se manter, após o escândalo de emissões da Volkswagen e com o endurecimento dos regulamentos referentes ao óxido nítrico.
China: combate ao smog
No maior mercado automobilístico do mundo, não há uma proibição direta dos motores a combustão, mas o governo da China vem empregando meios políticos para que os carros a gasolina desapareçam gradativamente das metrópoles.
Na capital Pequim, por exemplo, em que há mais de 6 milhões de automóveis, as licenças para novos veículos só são concedidas por sorteio, com uma probabilidade de 5% de se obter uma delas. Quem compra um carro elétrico, por outro lado, fica liberado desse procedimento, além de se beneficiar de substanciais subsídios estatais.
A China tem pressa em livrar suas metrópoles dos gases de escapamento, em parte responsáveis pelo crônico smog ("névoa enfumaçada" decorrente da poluição, formada por óxidos nítricos e sulfúricos, ozônio e micropartículas, entre outros componentes). Calcula-se que até 2020 serão vendidos 5 milhões de carros elétricos no país.
Japão: menor consumo de gasolina com híbridos
No Japão, há tempos o óleo diesel é desprezado, na condição de combustível altamente poluidor. Numa medida pioneira, já na virada do século 20 para o 21, Tóquio baniu todos os utilitários "sujos" a diesel: só aqueles conformes com normas de emissão estritas podem trafegar na capital.
O país insular, pobre de matérias-primas e dependente de importações de petróleo, vem empregando combustíveis alternativos há bastante tempo. Em 1995 a Toyota já colocava no mercado o primeiro automóvel híbrido produzido em massa: duas décadas mais tarde há 8 milhões deles nas ruas japonesas. A empresa estima que isso equivalha a uma economia de 22 bilhões de litros de gasolina.
Noruega: até 2025, só não poluentes
Na Europa, a Noruega tem papel pioneiro no combate aos gases causadores do efeito estufa. A partir de 2025, só deverão ser concedidas novas licenças para automóveis não emissores dos agentes poluentes.
No entanto, corre séria controvérsia sobre como alcançar esse objetivo: em vez de se proibirem os veículos movidos a diesel e gasolina, a ideia é desencorajar o uso de motores a combustão. Como primeiro passo, em outubro de 2016 o governo anunciou um aumento de até 0,04 euro por litro nos impostos sobre óleo mineral e combustíveis. Críticos duvidam que a medida baste para impulsionar a revolução verde no país escandinavo.
Reino Unido: longe de ideal
A mídia britânica acompanha com um misto de admiração e espanto incrédulo os avanços noruegueses e alemães no campo da mobilidade sem emissões poluentes. Pelo menos em Londres, é intenso o debate sobre a poluição atmosférica crescente.
Em meados de 2016, o prefeito londrino, Sadiq Khan, anunciou a introdução de um pedágio de emissões para os automóveis mais antigos, no centro da metrópole. O Institute for Public Policy Research reivindicou até mesmo a proibição radical de veículos a diesel na capital inglesa.
França: Paris sem carros antigos
Também da capital francesa deverão ser gradualmente banidos os automóveis mais antigos, mas a discussão ainda não alcançou nível nacional. Desde 2015 a França vem adotando medidas para neutralizar as vantagens fiscais para os veículos a diesel.
A ministra da Energia e Meio Ambiente, Ségolène Royal, anunciou que, a partir de 2017, os descontos de impostos para esses automóveis nas frotas das empresas serão estendidas aos movidos a gasolina, que não teriam motivo para ser colocados em desvantagem.
Itália: carros elétricos em discussão
Na Itália não há, no momento, nenhum debate mais amplo sobre o eventual banimento dos carros a gasolina e diesel. A discussão se concentra, principalmente, em como tornar os elétricos mais atraentes e em reduzir o total de veículos em circulação nas metrópoles.
Holanda: fim da gasolina e diesel
Segundo moção aprovada pelo Parlamento holandês no início de 2016, dentro de dez anos só se concederiam novas licenças a veículos movidos a eletricidade, com uma redução paralela dos a gasolina e diesel, em estágios consecutivos. No entanto o governo considera essa sugestão pouco realista, estabelecendo, em vez disso, um prazo até 2035.
Leia também: