Avenidas de fundo de vale tornaram-se comuns em São Paulo a partir dos anos 1970. Elas estão em todas as regiões da cidade e nasceram essencialmente a partir de duas necessidades:
1. A abertura de corredores para a circulação de veículos;
2. Aproveitamento imobiliário dos leitos dos vários rios e ribeirões que nascem e correm pelo território do município.
Uma terceira demanda, que hoje soa falaciosa, seria a higienização dessas áreas, pela eliminação dos focos de mosquitos, lixo, ratos etc.
Com base nessa lógica "higienista", São Paulo viu seus rios desaparecerem sob camadas de asfalto e tornarem-se avenidas. Os rios continuam lá embaixo, em geral poluídos, repletos de lixo e habitados apenas pelos roedores.
Uma dessas avenidas-rio é a Engenheiro Caetano Álvares, na zona norte da cidade. Ela começa na Marginal do Tietê e segue o leito do rio Mandaqui no sentido Nordeste até a grande área da Invernada da Polícia Militar, nas proximidades do Horto Florestal do Estado, já na Serra da Cantareira.
A última edição da revista científica LabVerde, da Universidade de São Paulo, traz uma série de artigos sobre os desafios urbanos dessa área da cidade, incluindo dois textos sobre mobilidade urbana, discutindo a caminhabilidade na área e a infraestrutura cicloviária ao longo da avenida.
A revista traz ainda textos sobre a bacia do rio Mandaqui e estudos que apontam para a criação de um corredor verde-azul que poderia ligar o Parque da Cantareira ao Parque da Água Branca na região central da cidade.
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