"Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu".
(Trecho do poema "A flor e a náusea", de Carlos Drummond de Andrade)
Começa assim, com a citação do poema célebre, a notificação da Ação Civil Pública enviada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) aos órgãos responsáveis pela operação e manutenção da Rodoviária de Brasília para a correção dos problemas observados no principal terminal rodoviário da capital: falta de calçadas e de iluminação adequada aos pedestres no entorno, ausência de bicicletário, bem como de ciclovias que permitam o acesso seguro à Rodoviária. São réus na ação o Governo do Distrito Federal, a Novacap, o Metrô-DF e o Detran-DF.
O pedido de judicialização nasceu de uma iniciativa da Rede Urbanidade, que no final de de 2019 convidou membros do MPDFT a realizar uma inspeção da Rodoviária de Brasília para verificar as más condições do terminal, que não tinha elevadores nem escadas rolantes em funcionamento no momento da visita. Passados quase seis meses, a situação permanece inalterada.
O documento, assinado pelo promotor Dênio Augusto de Oliveira Moura, do MPDFT, conta com um total de 27 páginas, várias fotos das inspeções realizadas e comentários sobre os problemas do local. Ao final, pede um prazo de noventa dias para a correção dos problemas e prevê multa diária de R$ 200 mil.
Leia também:
Ministério Público denuncia problemas de acessibilidade na Rodoviária de Brasília
Carta Aberta pede mobilidade mais humana e sustentável no DF
Carta aberta da Rede Urbanidade (DF) sugere nova mobilidade