Neste trabalho a várias mãos, buscou-se explorar soluções de inovação tecnológica para a mobilidade urbana no município de São Paulo e elaborar recomendações para estimular sua melhoria. O grupo ressaltou grandes desafios e impactos da mobilidade urbana em decorrência de boa parte do desenvolvimento da capital paulista ter sido voltado para o individualismo, com enfoque no carro.
A desigualdade social na rede de mobilidade, oferta de emprego concentrada no Centro, longos deslocamentos, aumentos consecutivos da tarifa e dificuldades para chegar às estações são fatores também trazidos pelo artigo que apontam corroborar para as dificuldades à mobilidade.
Diversos fatores se interligam à questão central, como impacto das emissões de gases veiculares, insegurança dos ciclistas, ainda que utilizando as ciclofaixas. Ou seja, existem muitas problemáticas que precisam ser incluídas no planejamento de mobilidade.
Tendo em vista esse panorama, o artigo discute como a inovação poderia contribuir para inserir essas questões levantadas, trazendo a discussão sobre o conceito de Cidade Inteligente.
Mostrou-se necessário que se utilize melhor os recursos tecnológicos e de maneira mais inteligente, para que hajam decisões eficientes e que aumentem a oferta e melhoria da vida dos cidadãos.
E, que não se focalizem apenas à digitalização de equipamentos ou criação de ferramentas. Estas últimas precisam estar presentes no espaço urbano e acessível a todos, em meio a falta de acessibilidade e desigualdades. Portanto, destaca que é preciso “desnaturalizar” lugares comuns e rever conceitos pré-definidos sobre a temática. Além disso, destacou-se também as dificuldades do setor público quanto à inovação, visto este ser tradicionalmente mais rígido e com mais dificuldade a inovar, por receios quanto a riscos.
No que diz respeito aos dados, o grupo ressaltou a importância de não focar apenas em coletá-los, mas de combinar diversas fontes dos mesmos e pensar na questão da privacidade e segurança dos usuários. Ainda sobre os dados, o grupo reiterou que, ainda que muitos deles sejam divulgados, nem todos mostram-se abertos e disponíveis.
Quanto às tendências, o artigo deu bastante enfoque à centralização no usuário, integração tarifária, facilidade de pagamentos, automação, inovação no setor público e privado e, por último, na ascensão do conceito Mobility as a Service.
Por último, sobre as recomendações, o grupo identificou ser necessário considerar fatores de âmbito governamentais, como descontinuidade administrativa, arranjo institucional complexo, governança metropolitana, improbidade administrativas e corrupção.
Vê-se como imperioso ainda trabalhar na redução dos deslocamentos desnecessários, diversificar e descarbonizar da matriz energética, e prezar pela integração tarifaria e criação de laboratórios de inovações. É de grande importância para a temática ampliar o conhecimento sobre o território, homogeneizar o acesso a informações no território e alterar o planejamento de infraestruturas para um planejamento de serviços e fazer com que diferentes esferas do planejamento se relacionam intimamente com questões de inovação e tecnologia.