Estudo sobre a viabilidade de implantação do BRT e do VLT em Manaus, com base na análise do custo por km de via construída de ambos os sistemas, integrantes do PlanMob. Trata-se do TCC (trabalho de conclusão do curso) de Paulo Ricardo de Souza Rodrigues, para o curso de Engenharia Civil da Faculdade Metropolitana de Manaus - Fametro.
Para o corredor viário Constantino Ney/Torquato Tapajós/Max Teixeira, na extensão digamos de 12,5 km, calculou-se que seriam necessários R$ 337,5 milhões para a construção por via do BRT, enquanto que para o mesmo trajeto em VLT o custo seria de R$ 1.237,5 bilhão de reais por via.
Custos social e econômico
Falta de planejamento urbano, crescimento populacional e aumento da concentração de carros e motos em grandes congestionamentos se alinham para por em alerta os problemas de mobilidade urbana em Manaus, lançando desafios a sucessivas gestões públicas. Numa projeção estimada, calcula-se que até no ano de 2035, a população manauara englobe os 2.629.775 milhões de habitantes. (PlanMob, 2015, p. 125) e para inchar a mobilidade, com uma média de 2 mil veículos emplacados a cada mês, a capital amazonense pode chegar à frota de 1 milhão de veículos nos próximos dez anos (MOBILIZE, 2016).
Neste trabalho, os cálculos apontaram para um custo econômico de implantação do sistema VLT no corredor proposto relativamente alto - 36 vezes maior, se comparado com o sistema BRT. No entanto, ambos os sistemas envolvem uma cadeia de fatores de engenharia e escolha política final de estudo e implantação. Comumente, o BRT pode surgir como uma opção eficiente para o corredor estudado, após o inicio das obras requereria um prazo, de 2 a 5 anos, dependendo dos projetos e cronograma para a implantação.
As considerações de escolhas do sistema BRT, além do custo econômico de implantação, passam pela reestruturação da faixa azul como eixo tronco-alimentador de ônibus. Considerando as linhas discutidas na pista central e lado direito, a redefinição operacional nos trajetos das mesmas será necessária, pois elas tornariam linhas no eixo como paradoras ou diretas dependendo da inserção para cada bairro vinculada.
Por outro lado, o sistema VLT, por ser elétrico, pode surgir como opção de transporte limpo ao que se refere no consumo de energia e modelo ambientalmente eficiente. A emissão de gases é ínfima comparada ao sistema BRT. Uma possibilidade é de o BRT servir como precursor da subsequente implantação do VLT. Embora haja uma complexidade de análises e informações para os estudos em transporte público a serem discutidas, é necessária uma real importância social para a priorização do transporte público na cidade de Manaus.
Portanto, não é somente o custo econômico de implantação que está em questão, mas é a ênfase social do transporte, das ações governamentais em criar planos de atração e políticas públicas, para que desestimule os motoristas a deixarem seus carros.
Ao mesmo tempo, ao se apresentarem as vantagens e desvantagens dos sistemas estudados e suas atribuições, não se deve também esquecer o necessário envolvimento da sociedade no acompanhamento das medidas tomadas por gestores e autoridade políticas ao aplicarem recursos públicos.
A conclusão é que, em qualquer dos casos, deve ficar claro que somente com um transporte público de qualidade pode-se fazer uma cidade voltada para as pessoas e não para os carros. Segundo o autor, "o transporte coletivo não se resume a trajetos e máquinas de transportar pessoas, mas trata-se, pertinentemente, de uma questão de justiça social e equidade no sistema".