O Dossiê Ônibus Limpo: Benefícios de uma transição para combustíveis renováveis na frota de São Paulo foi produzido e publicado pela organização Greenpeace em agosto de 2016 a partir de levantamento de dados de custos operacionais do sistema de transporte da capital, de testes realizados com veículos híbridos e elétricos em outras cidades brasileiras, e de pesquisas em saúde ambiental.
O objetivo é fazer com que a nova licitação de ônibus da Prefeitura de São Paulo incorpore obrigações de adoção dos combustíveis limpos como determina a Lei Municipal do Clima, que exige a transição completa até 2018.
“Para um corte mais agressivo de emissões no setor de transporte, especialmente de passageiros nos centros urbanos, o mundo ruma rapidamente em direção aos veículos elétricos, e uma metrópole como São Paulo deve estar na vanguarda desse movimento. Nosso dossiê mostra que os investimentos de aquisição dos ônibus elétricos se pagam em médio prazo, e essa infraestrutura elétrica, mais duradoura, irá promover uma modernização que beneficiará a cidade como um todo” afirma Bárbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
Destaques do dossiê
- No caso dos ônibus elétricos puros, testes operacionais têm demonstrado que o custo de manutenção pode ser 25% menor e a economia com combustível pode chegar a 64,7% em comparação com os convencionais a diesel. O leasing de baterias é uma alternativa para reduzir drasticamente o custo dos ônibus elétricos, aproximando-o do valor do veículo a diesel;
- Por meio da tecnologia V2G (Vehicle to Grid), os ônibus não são apenas consumidores de energia, mas parte do sistema elétrico. Eles podem incorporar as fontes eólica e solar, servir de backup e fornecer energia à rede, tornando todo o sistema mais eficiente;
- 47% do material particulado (fuligem) e 13% das emissões de CO2 que poluem o ar da capital paulistana são gerados pelos ônibus a diesel. Os veículos elétricos zeram essas emissões;
- A redução na queima do diesel convencional poupa vidas e recursos: em dez anos, uma redução de 20% poderia evitar mais de 7 mil mortes e os cofres públicos economizariam R$ 53 milhões em gastos de saúde decorrentes de problemas cardiorrespiratórios.