Nos anos 60 e 70 várias cidades brasileiras importaram o exemplo norte-americano de construir viadutos e vias expressas, verdadeiras “rodovias” dentro dos centros urbanos, acreditando assim resolver o problema de congestionamento do trânsito.
Hoje se sabe que tais inciativas, não só não resolvem, mas agravam a situação à medida que atraem mais carros para ocuparem o espaço adicional. São notórios os efeitos perversos causados pelas “rodovias urbanas”, que se constituem em verdadeiros enclaves no tecido urbano: degradação de áreas centrais e bairros, ameaça a locais de valor histórico, concentração da poluição atmosférica nas áreas mais densamente ocupadas e ameaças à saúde das pessoas.
Nos últimos cinquenta anos, milhares de quilômetros de rodovias urbanas foram construídos no mundo inteiro. Hoje em dia, algumas destas estão sendo demolidas, enterradas a um alto custo ou transformadas em avenidas. Na medida em que as cidades do mundo tentam resolver os problemas de congestionamento, crescimento desordenado e declínio urbano, os cases deste livro ilustram o que pode ser feito quando já não faz mais sentido manter uma rodovia urbana.
Este trabalho fez o estudo de caso das seguintes rodovias urbanas: Harbor Drive, Portland, OR (EUA); The Embarcadero, São Francisco, CA (EUA); Park East Freeway, Milwaukee, WI (EUA); Cheonggyecheon, Seul (Coreia do Sul); e Anel Rodoviário Interno, Bogotá (Colômbia)
A conclusão é que vias expressas são soluções viárias inadequadas para as cidades. Elas dependem da limitação do acesso às mesmas para poderem minimizar as interrupções e maximizar o fluxo. Mas as cidades são caracterizadas por redes viárias robustas e interconectadas. Quando as vias expressas de acesso limitado são forçadas sobre o traçado urbano, elas criam barreiras que acabam reduzindo uma característica essencial das cidades, a sua vitalidade.