Estudo realizado pelo Ipea em 2011 revela um descompasso entre o aumento real das tarifas e o da renda da população, o que levou a uma diminuição de mais de 30% da demanda pagante dos serviços de ônibus nas nove maiores cidades brasileiras. Por outro lado, o trabalho também mostra uma tendência de retomada dos crescimento da demanda, especialmente a partir de 2003, com a recuperação da renda média domiciliar per capita. Entre 2003 e 2008 o número de passageiros pagantes aumentou cerca de 9,5%.
Em suas conclusões, o estudo lembra que os subsídios públicos podem desempenhar papel importante no acesso aos serviços de transporte público e cita o exemplo de Mumbai, na Índia, onde as tarifas de ônibus urbanos teriam de subir quase 30% para cobrir os custos desse serviço, caso ele não fosse subsidiado.
O documento também alerta para alguns riscos do "passe-livre", dependendo de onde venham os recursos para subsidiá-lo. Exemplo: como não há "fontes extra tarifárias" para seu financiamento no Brasil, podem ocorrer situações em que as pessoas de baixa renda acabem por financiar pessoas dos extratos superiores, pois os custos das gratuidades estão embutidos nas tarifas cobradas e nem sempre há critérios de renda para a concessão dos benefícios.