“O corpo humano funciona em algumas instancias em níveis muito sutis.
Por exemplo os hormônios no corpo circulam em quantidades ínfimas, micromoleculares.
A questão da sutileza pode ser percebida mais ou menos por um organismo dependendo quão delicada é a nossa percepção das coisas.
No desenvolvimento humano as coisas mais sutis é que farão a diferença e não as coisas mais grosseiras. Isso não significa desvalorizar as coisas mais impactantes que mexem com a criança em um outro nível, mas afinar os sentidos pode trazer novas capacidades. Perceber o mais suave, como por exemplo olhando uma folha e percebendo a riqueza de detalhes em uma forma tão pequena. O singelo nos conecta com a realidade de uma outra forma.” (1)
Quais sutilezas têm as ruas das nossas cidades? Veja essa imagem. Elementos desnecessários que bloqueiam qualquer opção de sentar ou apoiar algo ai. Bolinhas. Plantas com espinhos. Se você já acostumou, veja a altura da criança e como ela enxerga isso.
Será que ainda existem as sutilezas nas grandes cidades?
“Quando vou para a escola, caminhando com minha mãe e meu irmão, é ótimo, RIMOS e FALAMOS.
Encontrei meu amigo na rua, ele me EMPRESTOU seu brinquedo novo!
A mulher que passeia seus cachorros OLHOU PARA MIM e SORRIU. Eu lhe dei Bom dia!
Meu irmão, sentado no carrinho, falou que tinha visto uma FORMIGA muito grande desde lá! Será?
Peguei uma FLOR na calçada e dei para minha mãe, ela colocou no cabelo
Tinha um carro estacionado na calçada e não gostei. Era MEU ESPAÇO!
Há dias que minha mãe e eu apostamos quem vê mais TAMPAS de serviços na rua (embaixo tem luz, água, chuva e até internet!). Eu sempre ganho!
Gosto de dar bom dia para todos os funcionários dos prédios que ficam na rua. Sempre GANHO SORRISOS
Minha mãe às vezes pergunta coisas estranhas. Hoje foi por que não há BANCOS NAS RUAS…..Sei lá mãe, acho que esqueceram de pôr!”
Pois é, crianças, quando os adultos damos o tempo e espaço que precisam, vem tudo isso.
Hoje um homem passou caminhando do nosso lado. “Bom dia!” Diz meu filho com um sorrisão na cara. Ganhou um outro de volta.
Eu falei: “Legal filho, olha como ele gostou. As pessoas não acostumam falar com ele. Você sabe que é um morador de rua?”
“Sei, mãe!”
E seguimos caminhando. A empatia traz leveza.
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REFERÊNCIAS
Nota 1 – Pediatra Dr. Spalter https://madmimi.com/p/77af76?fe=1&pact=31991060676
Fotos 1 e 2 – Irene Quintáns