A blogueira Mara Gabrilli oferece algumas dicas sobre a construção de calçadas, todas baseadas na publicação Cartilha Cidadã
A calçada é a porta de entrada da nossa casa. É ali que a gente dá boas vindas aos nossos convidados, onde compartilhamos espaço com os vizinhos e também é nesse pequeno local que podemos demonstrar como respeitamos os pedestres, os outros e até nós mesmos. Pensando na democratização da cidade, e na liberdade de ir e vir de todos cidadãos, foram criadas normas (definidas pela NBR 9050 – 2015) para que os passeios públicos pudessem cumprir fielmente o seu papel: possibilitar o livre trânsito das pessoas – tenham elas alguma deficiência, mobilidade reduzida ou não.
O piso mais acessível, de acordo com o uso e aceitação, é o concreto moldado in loco, por ser de mais fácil manutenção e também por questões de acessibilidade – ele é continuo, o que facilita o deslocamento de pessoas em cadeira de rodas, uma mãe com um carrinho de bebê, ou mesmo a circulação de uma mulher com salto alto, por exemplo. Em alguns casos, pode-se usar o ladrilho hidráulico, como nos casos das vias estruturais.
Pisos especiais
Para orientar pessoas com deficiência visual, ou cegas, é importante também colocar os pisos táteis de alerta e direcional. Desta forma, você dá autonomia e segurança para que essas pessoas possam circular pela cidade.
Esse piso tem de ter cor e textura contrastante com a da calçada e é composto por um relevo que leva um nome bem estranho (tronco-cônicos). Você pode encontrar esse piso em lojas especializadas e a textura tem de ser padronizada e sempre seguir as Normas Técnicas da ABNT. Esse tipo é usado para alertar as pessoas cegas. Quando elas passam com a bengala e notam a textura diferente do piso, já sabem que terão um perigo ou obstáculo suspenso à frente: seja uma travessia ou um telefone público. Por isso que esse tipo de piso é tão importante.
Em obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m de altura, que sejam maiores na parte superior do que na base, a superfície em volta do objeto deve estar sinalizado em um raio mínimo de 0,60 m (exemplo: telefones públicos, caixas de correio) Em rampas para travessia, deve ter uma faixa de piso tátil de alerta posicionada paralelamente à faixa de travessia ou perpendicularmente à linha de caminhamento para orientar pessoas com deficiência visual. Este piso tem de ter largura de 0,40 a 0,60 cm e estar distante 0,50 cm do início da guia.
Este é o piso que direciona as pessoas com deficiência visual ou cegas. Ele é formado por feixes salientes trapezoidais em paralelos que, como sugere o próprio nome, indica a direção a ser seguida. Ele é instalado no sentido do deslocamento das pessoas, quando for ausente uma outra linha identificável. A sinalização deve contornar o limite dos lotes não edificados (como postos de gasolina, garagens ou estacionamentos).
Nas calçadas, o piso direcional deve estar no eixo da faixa livre da calçada. Em calçadões ou passeios em parques ou áreas sem edificação, o piso tátil deve ser posicionado de acordo com o fluxo de pedestres. Um bom, que vale a pena conhecer, é a Avenida Paulista, em São Paulo.
E se você desejar conferir outras informações, é só baixar nossa cartilha.