Mobiliário urbano, para o bem e para o mal – Burrices Urbanas
Burrices Urbanas

20
maio
Publicado por admin no dia 20 de maio de 2019

Mobiliário urbano é o conceito que reúne aqueles objetos e elementos complementares à infraestrutura da cidade, colocados a serviço do cidadão, necessários ao bom funcionamento da cidade. São pontos de ônibus, bancas de jornais, bancos, lixeiras, vasos, quiosques, orelhões, floreiras, postes, placas e outros elementos.

 

A qualidade e a manutenção do mobiliário urbano indica o nível cultural, de design e tecnologia alcançados por aquela cidade e seus moradores. Não precisam ser feitos com materiais e soluções formais sofisticadas e podem revelar a criatividade e identidade cultural de uma comunidade.

O mobiliário urbano é um elemento de vital importância no espaço público, pois sua presença pode agregar qualidade ao espaço urbano, ou, quando mal planejado, desqualificar o ambiente das cidades, em função de seu desenho, material e da solução proposta.

Mas, afinal, quais são as características gerais que as peças de mobiliário urbano devem cumprir? São requisitos básicos: a funcionalidade, durabilidade, racionalidade, bom desenho, beleza, além dos complementos específicos de cada finalidade.

 

Infelizmente, grande parte das cidades brasileiras, com honrosas exceções, estão muito mal servidas nesse aspecto. Seus bancos, pontos de ônibus, bancas de jornal, lixeiras, luminárias, sinalização urbana e outros itens são feitos sem um bom desenho, com materiais inadequados, pouco duráveis e que não levam em conta a identidade cultural do país e suas regiões.

O que prevalece em nossas cidades são produtos de má qualidade, desenhos preguiçosos e negligentes, soluções padronizadas, inadequadas e até caricatas, inseguros, fabricados pelo menor custo, não funcionais e, muitas vezes, limitados a suportes de propaganda, comprados pelas prefeituras pelo menor preço e não pela qualidade e durabilidade. Apresentamos alguns exemplos nesse sentido:

Abrigos de paradas de ônibus

Em geral são vulneráveis ao clima, desconfortáveis, inseguros, impessoais e sem conter as informações necessárias aos passageiros, como itinerários, tempo de espera etc.

Bancas de jornais

São verdadeiras casamatas metálicas nos passeios, de grandes proporções, que vendem tudo que é tipo de mercadoria, e atrapalham a circulação dos pedestres.


Sinalização urbana

Há um sem número de sinais que compõem a sinalização urbana, sejam de orientação viária, de localização de sítios e monumentos, locais de interesse etc. Desenhados e confeccionados em todas as cores, materiais, símbolos e alfabetos, eles acabam por criar uma verdadeira catatonia de poluição visual, que às vezes mais desorienta do que orienta.


Bancos para descanso


Observe, nos exemplos comerciais mais usuais acima, os equipamentos oferecidos em todo o país por empresas fabricantes, e comprados pelas prefeituras ou particulares. Ficam evidentes o mau desenho, a falta de criatividade, o desconforto e má funcionalidade, além das dificuldades de manutenção.

A desculpa para a pobreza do desenho é o vandalismo, o custo baixo, os moradores de rua etc. Ledo engano, pois um desenho de qualidade, em escala, pode ficar mais barato, ser muito melhor e educativo.


Iluminação pública

Não se trata aqui da iluminação especifica para monumentos artísticos excepcionais, mas sim da malha geral urbana, ruas, praças e passeios. Apesar do grande avanço na tecnologia de iluminação, não se nota uma evolução na qualidade das soluções. Prevalece no geral a superposição de sistemas e luminárias, que poluem mais do que iluminam os pontos necessários, aliada a uma precária manutenção.


Outros objetos

Notem a solução improvisada na lixeira – dita ecológica – nos ridículos apoios da lixeira, que mostram a pobreza dos objetos urbanos disponíveis em nossas cidades.

 

Caminhos e soluções para o mobiliário urbano
Garantir bom nível de desenho, funcionalidade, durabilidade, conforto e identidade nos elementos de mobiliário urbano.

Não é necessário importar desenhos estrangeiros, nem pagar royalties. O Brasil conta com profissionais e empresas nacionais capazes de produzir ótimos objetos para nossos mobiliários urbanos. Tais resultados poderiam ser obtidos através de certames ou concursos destinados a profissionais e empresas da área, para a criação e produção de todo o mobiliário urbano, com regras claras de técnica e preço, e transparência de julgamento. Um bom exemplo foi o concurso “Banca Nova”, realizado em 2013 para a escolha de um modelo de banca de jornais para o Largo da Batata, em São Paulo.


Boas soluções
Alguns exemplos em mobiliário urbano


Para saber mais, comentar ou sugerir temas
,

escreva para o Edison Eloy no email edisoneloy@terra.com.br



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Com a palavra...
Burrices Urbanas Edison Eloy de Souza é um experiente arquiteto urbanista formado em 1965 pela FAU/USP, com mestrado pela Universidade São Judas. Trabalhou em planejamento urbano, em projeto e construção de edificações, foi professor universitário em várias instituições, e diretor de entidades profissionais, como o Instituto de Arquitetos do Brasil e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Autor de livros e artigos em publicações especializadas brasileiras, Edison é sobretudo um observador atento das belezas e problemas comuns às ruas e praças do Brasil.
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